à minha geração

somos a geração do global
– desentendimento.
numa marcha versada
à ignorância e doença
e este papel que entrego
é só a minha presença;
pobre mistério
que a noite ácida entrega.
a luta incapaz vingamos
na guerra civil que nos entranha
sem kosovo vietname (ou colónias)
somos a geração que se estranha.

inventamos tudo numa mentira
– conscientes:
a raiva a angustia e rebeldia
a outra educação
e a música
na voz de toda a liberdade.
– é bom acreditar na mentira
porque ganhamos uma verdade!

somos eléctricos corpos
celestes mortos
num mundo virtual.
geração de pedra
e festivais de fogo.

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