eu, estive eu de cadáver feito no repouso
da lua fria ao canto da janela dos meus sonhos,
onde descansavam os abismos
e a fonte cativa do firmamento,
e a cadência das lágrimas,
e a lasciva agonia dos sentidos.
eu, morri eu uma noite num sono
cavado nos desejos desfeitos
das bocas descarnadas pela razão
que me diziam “não”,
e eu aprendia o gosto do sal
que raiava ao canto dos olhos fechados,
escorregando pelas arestas da cara
e afogava-me a respiração calada,
e doía, magoava-me junto aos ossos.
eu dormi morto, eu.
acordei de pele desconcertada
pelos arrepios lambidos da minha ansiedade.
tinha as costas rasgadas pelas asas de um anjo
e o sorriso cortado pelos beijos da febre
e os lábios lavados pela boca da minha vida.
2 comentários:
ha sempre alguem que conhece esse estado emocional e que te pode acompanhar nesses momentos.
é so lembrares-te dos amigos.
eu estou aqui
e quem és tu?
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